24 janeiro 2011

Já lá vai o tempo...

Já lá vai o tempo...

...em que eu adorava a minha profissão.
...em que eu "ficava em pulgas" para chegar a casa e corrigir os testes dos meus alunos [corrigia-os de um dia para o outro].
...em que eu ansiava por chegar a casa e ir preparar aulas [agora gostava, mas não tenho tempo. Se não as preparar como deve ser não "levo nas orelhas", mas se não preencher a papelada infinita que me pedem diariamente estou "lixada" e passo por incompetente, no mínimo.]
...em que preparava / dinamizava e colaborava com algumas actividades do plano anual. [Hoje se não estiver quase todos os dias empenhada em alguma actividade já não interesso para nada, não sou boa professora.]
...em que os cargos / projectos eram distribuídos por várias pessoas. [Hoje há sobrecarga sobre alguns.]
...em que a distribuição de serviço era feita com base na graduação profissional. [Hoje é com base "no excelente trabalho desenvolvido". Eu chamo-lhe antes "lambe-botas" (ou "lambe" outra coisa qualquer, ficando ao gosto do "lambido").]

...em que era professora! Como eu adorava esse tempo...

14 janeiro 2011

De cabelos em pé!

Estou mesmo de cabelos em pé! 
 
Já estou farta desta burocracia toda, deste trabalho crescente dia após dia, desta inutilidade gigante, de não ter tempo para desenvolver o meu trabalho como gostaria...


Agora ainda tenho de preencher uns papéis muito bonitos para a minha avaliação! Haja paciência! Nem um santo aguenta!

Só me apetece dizer palavrões!


Como costumava dizer um amigo meu:

"Parem o mundo que eu quero sair!"

(Nunca pararam o mundo e ele nunca saiu. Cheira-me que me vai acontecer o mesmo.)


12 janeiro 2011

Diferentes idades

Há coisas que os alunos de hoje em dia não percebem mesmo. Não percebem nem concebem certas coisas. Como por exemplo, como é que há alguns anos (não muitos) se vivia sem computador, sem telemóvel, sem internet e sem mais umas quantas coisas.
Há dias estava eu a explicar a uma turma de 7º ano que têm de escolher o seu próprio método de estudo, pois não há nenhum método universal, cada pessoa tem de encontrar o seu. A determinada altura eu dei um exemplo e revelei qual era o meu método de estudo enquanto estudante.

Dizia eu:
- Por exemplo, quando eu estava a estudar Matemática resolvia todos os exercícios do manual e do livro de exercícios e utilizava uma folha à parte para anotar os exercícios em que tinha dúvidas.

Mal eu acabo de dizer estas palavras, e antes de poder continuar, há um aluno que me interrompe e diz:
- E depois ia tirar as dúvidas à internet!

Eu fiquei sem palavras e com os olhos esbugalhados a olhar para o aluno sem saber o que responder. (Depois lá lhes expliquei a minha realidade.) 
Fui estudante até ao 12º ano nos anos 80.