24 junho 2013

O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos



17 junho 2013

01 junho 2013

A propósito de erros...

Este é muito grave. Não só pelo erro em si (que acho bastante grave) mas por quem o proferiu. Não é admissível alguém com tal cargo que nem sequer sabe falar. E não me venham com histórias de que se calhar foi por engano, distraiu-se, etc. Este erro é inadmissível a alguém que ganha o que esta criatura ganha, que é mais do que suficiente para não dar erros como este (mesmo que sejam por descuido). Assim, é mais uma razão para pensar: "Quem é que este palhaço pensa que é, que nem falar sabe (nem as regras da sua língua mãe), para estar no mais alto cargo governamental do nosso país?" (Foi escolhido pelos portugueses, eu sei! Tomem lá e embrulhem!)