17 outubro 2006

"Casei com um Massai"

Foi este livro que acabei ler. E adorei! Mas é muito estranho. Ou será que não?
...
Este livro relata a história da autora (Corinne Hofmann) que abandonou tudo para procurar um guerreiro Massai, membro de uma tribo Samburu, por quem se apaixonou. Tudo começou numas férias ao Quénia, com o seu namorado da altura, e onde, desde a primeira vez que viu o guerreiro Massai, “praticamente nu e carregado de jóias”, se apaixonou loucamente por ele.
Este amor à primeira vista fez com que Corinne (uma empresária suiça com sucesso) abandonasse toda a sua vida de luxo e cheia de comodidades por uma vida simples na tribo Samburu e fosse viver com um homem “que nunca tinha ido à escola, não sabia ler nem escrever e mal falava inglês”. Depois de muitas peripécias para encontrar o seu homem, acabou por casar (com todos os rituais dos Samburu) e ficou a viver numa «manyatta», uma cabana feita de madeira e de excrementos de vaca, e a alimentação baseava-se em carne de cabra, chá (com muito açúcar) e leite.

Apesar de todas as diferenças (principalmente culturais) entre ela e o marido, conseguiu adaptar-se muito bem à vida na selva queniana. As dificuldades eram muitas, era uma luta diária pela sobrevivência (mesmo que quisessem não podiam comprar alimentos, porque simplesmente não existiam e a falta de água era uma constante), mas o seu amor por aquele guerreiro ultrapassava tudo isso. Lutou contra várias doenças (malária, hepatite, sarna) e sobreviveu: tinha consigo o que queria, o seu grande amor. Engravidou, esteve prestes a perder a filha (entre outras razões, já se encontrava subnutrida), mas venceu mais este obstáculo. Tinha o que precisava para ser feliz: Lketinga (o seu marido). Estava a viver o que toda a gente sonha: "um conto de fadas". Aplicava-se perfeitamente a velha frase: "amor e uma cabana".

Entretanto, a pouco e pouco, as dificuldades de relacionamento começaram a surgir. Os ciúmes daquele homem surgiram e aumentaram de tal maneira que se tornaram insuportáveis. Ele via amantes em tudo o que era sítio. A vida de Corinne tornou-se insustentável. Ela não podia dar um passo ou falar com quem quer que fosse que o marido acreditava que tinha amantes. Aquela situação tornou-se numa verdadeira obcessão, aquele homem estava realmente doente de ciúmes.

Corinne não teve alternativa senão fugir do Quénia, com a sua filha, Napirai. E terminou assim o conto de fadas.

À primeira vista estamos certos de que o desfecho seria este, afinal cada um pertencia à sua cultura, tão diferentes uma da outra. Na verdade, Corinne adaptou-se muito bem àquleles hábitos tão simples e tão desprovidos de consumismo. Preferiu, até, aquele sítio onde se dava importância a outro tipo de coisas, em vez de luxos, futilidades e afins.

Por outro lado, quantas vezes isto acontece na nossa sociedade, em que as pessoas são culturalmente iguais ou semelhantes ao respectivo marido/mulher? Quantas vezes os ciúmes são a razão da ruptura do relacionamento? Na nossa sociedade também existem pessoas com ciúmes doentios. Quantas vezes um dos membros do casal maltrata o outro?
Será que a verdadeira razão daquela separação foram as diferenças culturais?

Porque é que os seres humanos (que tão orgulhosamente se apelidam de "animais racionais") agem como se não tivessem racionalidade nenhuma (e pelos vistos é generalidado a todas as sociedades/culturas)?

12 comentários:

Anónimo disse...

Olá minha boa amiga.
Hoje focas no teu blog uma visão de um livro que leste e que parece algo biográfico.
Aqui há varias coisas que podem ser analisadas por um prisma psicológico, social e económico.
Essa senhora Corinne Hofmann, à primeira vista dá-nos a ideia que a sua vida não estava completa e a sua ânsia de preenche-la era enorme, o que na aventura de explorar o desconhecido, a leva a terras de Africa. São os cientistas que nos tentam convencer que por vezes os nossos olhos nos enganam ao serem um mais lento do que o outro e assim criamos a imagem de ser já um conhecimento anterior. Ora, por outro lado nós humanos esquecemos que antes de sermos já o éramos, (provado por estudos comprovativos pela parapsicologia).
Corinne Hofmann, é mais uma das pessoas que ao cruzar o olhar com um nativo africano, pensou que ali estava o seu universo ou conhecimento anterior. Um erro próprio das paixões; mas que neste caso poderá ter havido um conhecimento próprio do subconsciente que ao reconhecer a leva à paixão. Tudo indica que assim foi, visto ter abandonado tudo na sociedade onde estava inserida, sem medir consequências futuras.
Quando um bebe nasce aos poucos se vá adaptando a sociedade onde esta inserido mesmo no que se refere à alimentação, ao ser esta modificada o organismo se recente, o que por vezes traz grandes problemas.
A malária é uma doença típica de Africa como a hepatite, pelo único caso de a água ser pouco potável como o caso da sarna ser um caso comum pela falta de higiene em qualquer continente.
Como costumo a dizer a paixão não nos leva a um percurso muito longo, pois o seu período de invisibilidade é mais ou menos curto e que quando abrimos os olhos reconhecemos o caminho errado que temos vindo a seguir, o que aos cautos os leva a sair do ciclo de vida que viviam procurando assim outro rumo de vida, passando por dores sentimentais para si e para quem os acompanhava, dando-se assim a rotura ou melhor a rectificação de um erro cometido inconscientemente emoldurado pela paixão que se confundia com amor.
O amor é liberdade é doação. Nunca é possessão nem muito menos privatização.
O maior erro numa relação são os pronomes possessivos. A ênfase que lhes damos por vezes afoga a relação e se escapa quem pode a esse naufrágio ou afogamento.
Esta situação de privatização dá sempre ou melhor encaminha a pessoa ao ciúme e este à violência e ao abuso.
O que é o ciúme?
Há varias definições, e há quem até goste de saber que sentem ciúmes dele ou dela.
Ciúme não é nunca foi sentimento; mas sim um falta de, ou um conhecimento de impotência perante a pessoa que se quer ter ou possuir em exclusividade, quando sabemos que não temos condições para preencher as carências e objectivos do ou da parceira aparece o ciúme.
O ciúme do Lketinga não passa disso o saber que culturalmente estava muito aquém da esposa e o receio de ser objecto de ridículo na sociedade onde vivia o levou a ser o marido indesejável.
O físico em qualquer relação não é nem pode ser ponto de apoio pois este envelhece e enfarta.
Quantas relações dentro da mesma sociedade se comportam como esta?
Não pela diferença de cor de pele mas pela diferença de cultura social ou de objectivos de vida

Aprendiz de Viajante disse...

Fiquei curiosa por ler TUDO!!! Quando puder compro...

Um bjo e boa semana.

Ivo disse...

Os seres Humanos são Complexos/Esquesitos demais para serem compreendidos!! Enfim...


Pareceu-me uma Boa Leitura!! :)

mfc disse...

A educação é o que mais separa as pessoas.

Anónimo disse...

Conseguiste abrir-me o apetite para ler o livro!
Acho que tens razão: de acordo com o que descreves, foi o ciúme, sentimento tão universal, e não as diferenças culturais, a causa desta separação! Por vezes (infelizmente, muitas!) não somos assim tão racionais!

Bjs :)

Anónimo disse...

onde e para onde caminhamos?
vejo que ainda ha quem não veja ou reconheça a diferença entre educação e instrução. Penso que educação tem a ver com o respeito e instrução com conhecimento.
Espou errado ou não sou deste mundo?

Anónimo disse...

percebo pouco das perguntas que fazes, mas são as minhas há muito tempo. racionais? quem? é assim, mas isto deve dizer muito de nós próprios. um abraço

1 little project disse...

Olá, Estou agora a acabar de ler o "REGRESSO A BARSALOI" e gostava de expressar a minha opinião. No início do primeiro livro eu fiquei fascinada e como já li em outros comentários, só descansei quando acabei de o ler, mas a minha opinião foi mudando ao longo do livro. Não deixo de admirar a coragem dela, afinal de contas viveu no meio dos indígenas e sujeitou-se a muitas coisas inclusivamente perder a vida. Mas pensando bem ela tem um pouco de louca (porque até passa a barreira do romantismo), ela apaixona-se platonicamente por um indígena que nem sabe falar inglês (ela também quase não sabe ao principio), com uma cultura totalmente oposta à europeia, e ela com a visão de tudo isto decide envolver-se e mudar a vida do Lektinga e da sua família, e depois abandonar o barco! Acho que se ela se apercebeu do estilo de vida dessa comunidade e do seu amado e quis de livre e espontânea vontade fazer parte dela, então devia o ter feito na realidade. Chegou a uma certa altura e desistiu, e agora no regresso até admite que já não era capaz de viver lá outra vez. Eu considero isto um certo desequilíbrio. Não o julgo, quem sou eu, é só uma opinião! Só acho que não foi muito saudável para o Lektinga ter passado por tudo isto, são um povo muito fechado, muito agarrado às raízes, e ela levou a ele sentimentos e dissabores que o podia ter poupado se ela não tivesse tido vontade de ter uma aventura com um africano. Penso que se ela realmente queria conhecer melhor o Quénia e viver lá, mais valia ter ido viver para Mombaça perto do mar, fazer um safari ou outro de vez em quando, e ter lá as lojas que queria e ser feliz sem interagir com uma cultura que não se tinha oferecido para ser modificada.
Contudo, adorei a história, graças a este devaneio da Corinne, quem quis ler o livro ficou a saber mais sobre esta tribo magnifica, entrei com ela no seio desta família... e, falo por mim, um dia quero ir ao Quénia e de certo que enviarei ajudas para as moradas que ela indica no "Regresso a Barsaloi". Grande Corinne, Grande Lektinga, Grande Quénia!

Anónimo disse...

ola,ja ha uns meses que li os livros "Casei Com Um Massai" e "Regresso A Barsoloi" e devo dizer que adorei...
Racionais? Não acredto que sejamos!

samsung disse...

Minha boa amiga, realmente você foi muito corajosa. Mas enquanto eu

samsung disse...

Minha boa amiga, você realmente foi
extremamente corajosa. Mas enquanto eu lia a sua história, não pude deixar de ficar imaginando o tamanho do pau do negrão.Desculpe se este linguajar não é o mais adequado, mas eu o meu flashclair, sabemos o valor de uma pica.

Anónimo disse...

oi!gostei intensamente o vosso espaco!
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Au revoir