24 fevereiro 2011

A escola (parece título de composição de criancinha)

Desde que entrei para a escola (antes dizia-se que se ia para a escola primária, hoje é mais pomposo, diz-se 1º ciclo e brevemente mudará de novo) que adorei. Sempre adorei a escola. Desde o primeiro dia. Para mim era até um escape, era onde me encontrava com os "amigos" (vivia sozinha com os meus avós) era aí onde encontrava muita gente para brincar. Para além disso adorava aprender. Desde essa idade que detestava as férias. Desde essa idade que a profissão que queria ter era ser professora (não tinha nenhuma noção da tamanha estupidez que era esse sonho). Os anos foram passando, tornei-me adolescente e desejei ter muitas profissões (não ao mesmo tempo, claro, as minhas profissões de sonho é que iam mudando). Queria ser bióloga, hospedeira de ar, arquitecta, nutricionista, estilista,... enfim, e mais umas quantas que me apaixonavam. 

A adolescência é a época de paixões.Não só por pessoas, mas por lugares, objectos, ídolos, amores platónicos,... Enfim, um turbilhão de emoções. É um período de tempo complicado, mas é quando "aprendemos" a seleccionar as nossas coisas, os nossos gostos, os nossos estilos, tudo aquilo que nos irá marcar para a vida ou pelo menos gostaríamos que assim fosse. Mas para isso é preciso ter uma certa "liberdade". 

Lembro-me dos tempos da escola secundária. Gostei tanto. Foi um sofrimento quando "fui obrigada" a sair. Achava que tinha encontrado os amigos para a vida. Mal sabia que os melhores tempos estariam aí à porta. Os da Universidade. Afinal a maior parte dos "melhores amigos" do "liceu" seguiram o seu caminho e eu segui o meu. Os meus grandes amigos são os da Universidade e os que fui encontrando nos vários locais de trabalho. Aprendi tanta coisa ao longo de todos os meus anos de estudo. Mas o que mais aprendi e o mais importante não foram os professores que me ensinaram, não foram as matérias que leccionaram. Foi o que eu aprendi sozinha, acompanhada, mas fora das aulas.

Então para quê massacrar (sim, massacrar) alunos e professores com aulas de substituição? Eu acho que sei a resposta... O que é que os alunos aprendem quando têm de aturar um professor desconhecido (ou não)? 
É útil estar a realizar mais uma ficha de exercícios "à pressão"?
É útil ler mais um texto e fazer o respectivo resumo?
É útil começar a ver um filme (pela enésima vez)? (os miúdos já não podem ver os filmes à frente devido a tanta aula de substituição)

Ou será mais útil os miúdos irem brincar quando têm "furo", ou até, alguns que eu já vi, por iniciativa própria, estarem a estudar para outra disciplina porque querem fazê-lo mas sem serem obrigados?

Já no ponto de vista do professor nem vou comentar...

20 fevereiro 2011

Como...

...é que se multiplica o tempo?

...é que se desaparece de um sítio num segundo?

...é que passamos de novo para a infância?


Gostava que alguém me soubesse responder...

17 fevereiro 2011

Apeteceu-me ouvir...

Coisas boas

Claro que nem sempre tudo na vida é mau. Este blog tem acabado por ser um desfiar de coisas más, mas, claro, que serve de desabafos e, de certa maneira, também o uso para me purgar. Sempre serve para ficar mais leve... ou não... Sei lá...

Não tem sido novidade o quanto tenho detestado, odiado, abominado e mais outras coisas terminadas em "ado" a minha profissão, nos últimos anos. Mas, há uma coisa que este ano estou a adorar e me está a dar uma grande satisfação (coisa que em anos anteriores também eram razão para me aborrecer). É pena é que essa parte satisfatória seja tão pequena...

E estou a adorar algumas turmas que tenho. Quer dizer, gosto de todas em geral, mas há algumas criaturinhas que me dão uma satisfação enorme em trabalhar com elas. Tenho apenas uma turma do ano anterior, que era terrível, que me punham os cabelos em pé, uma turma de quem eu não gostava nada e não gostavam nada de mim. Este ano sairam alguns elementos (fulcrais para o mau comportamento) e entraram outros. Adoro estar com aqueles miudos e tenho imenso carinho por eles. Apesar de ainda existirem algumas criaturas que não são "pêra doce", tenho conseguido "dar-lhes a volta" e ter aulas divertidas e em harmonia. As aulas passam super rápido para mim e para eles, apetece-me prolongar mais a aula (e parece que a eles também, pelo menos às vezes).

Há outra turma, uma novidade, uma grande novidade, porque são do 5º ano e eu sou do 3º ciclo e secundário. Foi-me imposta por ordens superiores (pela gerência daqui do tasco), por razões que nem me quero lembrar. Mas também tive sorte com as criaturinhas e estou a adorar algumas experiências neste nível de ensino. Para quem veio do secundário não imaginava certas coisas deste nível de ensino. Mas são tão fofos (alguns, claro) que só me apetece adoptá-los.

Dá-me imensa satisfação preparar aulas, dar aulas e estar com certos meninos... Só é pena é que isso seja cerca de 1% das minhas tarefas... Bem, vou ter de aproveitar ao máximo estes bocadinhos muito bons...     :)

08 fevereiro 2011

Impressionante

Não me ocorre outra palavra senão "IMPRESSIONANTE"! 

Desde há anos que não ficava de atestado médico, e quando o colocava era por razões estritamente necessárias, era quando estava de facto doente. Com grandes gripes, sem conseguir sair da cama. Sei que há muita gente que ficava de atestado uma semana, duas, três ou quatro para irem dar "uma voltinha" pelo mundo. Não critico. Cada qual sabe da sua vida. O que critico é o que eu "recebo palmadas" do sistema por coisas de que nunca tive culpa!

Ora estou eu aqui à beira de um esgotamento nervoso. Num estado de nervos como nunca estive, ao ponto de sentir dores em todo o corpo (segundo o médico é do sistema nervoso), ao ponto de não me conseguir abstrair do trabalho (já passei por fases destas mas nunca com esta gravidade) e ao ponto do próprio médico fazer questão de me passar um atestado (coisa que aquele sr Dr nunca faz, a não ser em casos mesmo extremos).

Mas o que é impressionante é que é o segundo dia em casa (supostamente para descansar e abstrair-me) e desde ontem que é uma correria de telefonemas para cá e para lá (cá e escola, entenda-se), uma correria para preparar aulas de substituição, para fazer testes (porque estão marcados) e uma correria para arranjar quem me vá aplicar o teste (porque tem de ser alguém do mesmo grupo disciplinar), enfim uma correria de telefonemas e e-mails que nunca mais acabam.

Suspeito de uma coisa... Suspeito que o resto da minha semana irá ser assim. Ora estando eu de atestado médico porque estou à beira de um esgotamento não seria para descansar e tratar-me? 



Queria, no entanto, salientar uma coisa. Não tenho a menor crítica a apontar às funcionárias da escola e alguns colegas que têm sido incansáveis para me ajudar. As funcionárias simplesmente estão a cumprir ordens superiores. Apenas critico duas entidades: a porcaria do Ministério da Educação, que parece que usa os professores como seu próprio saco de boxe e como bodes expiatórios e a Direcção da minha escola que me atribuiu uma distribuição de serviço, que nem a um escravo se faz, mas isto é para um outro post.