À MORTE
Morte, minha Senhora Dona Morte,
Tão bom que deve ser o teu abraço!
Lânguido e doce como um doce laço
E, como uma raiz, sereno e forte.
Não há mal que não sare ou não conforte
Tua mão que nos guia passo a passo,
Em ti, dentro de ti, no teu regaço
Não há triste destino nem má sorte.
Dona Morte dos dedos de veludo,
Fecha-me os olhos que já viram tudo!
Prende-me as asas que voaram tanto!
Vim da Moirama, sou filha de rei,
Má fada me encantou e aqui fiquei
À tua espera... quebra-me o encanto!
Florbela Espanca
4 comentários:
Há quem sustente que esse é o momento mais sublime da vida.
Não sei.
Julgo que quando soubermos não teremos oportunidade para o transmitir ...
Mas entretanto, ainda que encantados, ou pior, desencantados, é preciso VIVER!
Um beijo.
naoseiquenomeusar
há certas coisas que simplesmente se sentem, não se conseguem transmitir...
E concordo que duma maneira ou de outra é preciso viver... Tentamos que seja da melhor forma :)
A Florbela Espanca sofreu demais, coitada. Teria-lhe feito bem uma dose de "boa onda", uns copos com os amigos e tal... Nem tudo na vida é assim tão mau...
sldance
concordo contigo. Há que viver a vida e aproveitar os bons momentos. A rapariga ligou-se demais à "fossa"...
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