05 maio 2006

Ainda as Conversas com Deus...

Na sequência do post anterior, lembrei-me de uns uns livros que li há uns tempos e adorei. Decidi, portanto, partilhar aqui um excerto de "Conversas com Deus para adolescentes", um livro que marcou e que me tem "ajudado" em determinadas fases da minha vida... A religião é um assunto muito delicado, cada qual tem as suas próprias crenças. Eu também tenho a minha e o Deus em que acredito é este que intervém no diálogo seguinte...

QUEM ES TU?
Quem é que eu não sou?
NAO ESTOU A PERCEBER O QUE ISSO QUER DIZER.
Quer dizer que não há ninguém, nem nada, que eu não seja.
QUER DIZER QUE ÉS TUDO E TODOS?
Sim, é isso que quer dizer.
MESMO AS COISAS MÁS, E AS PESSOAS MÁS?
Não existem pessoas "más" nem coisas "más", existem apenas pessoas e coisas que vocês chamaram "más".
É A MESMA COISA.
Para vocês, sim. Para mim, não.
E O QUE É QUE ISSO QUER DIZER?
Quer dizer que temos valores diferentes. Quer dizer que temos entendimentos diferentes. Quer dizer que vocês fazem julgamentos, e eu não faço julgamentos.
DEUS NÃO FAZ JULGAMENTOS? EU PENSAVA QUE ERA EXACTAMENTE ISSO QUE ELE FAZIA.
Bem, a raça humana já pensa assim há muito tempo, mas não é verdade. É um dos mal-entendidos que referi antes. É uma ilusão. A ilusão do julgamento. Seguida pela ilusão da condenação.Está escrito: Não julgarás, nem condenarás.
É VERDADE QUE TU NÃO JULGAS NINGUÉM? PERDOAS TODA A GENTE, QUAISQUER QUE SEJAM OS SEUS PECADOS?
Eu não perdoo ninguém. Esta é a primeira coisa que devem compreender sobre mim. Nunca vos perdoarei, nunca, por nada daquilo que fizerem. Depois de perceberem isto, terão uma nova compreensão de Deus, e serão capazes de interagir comigo de uma forma completamente diferente. Eu não perdoo ninguém porque não há nada a perdoar.
DEVES ESTAR A GOZAR!
Não. O perdão só é necessário quando alguém foi ofendido ou prejudicado. Vocês não podem ofender nem prejudicar Deus.
EU NÃO TE POSSO OFENDER? NÃO FICAS OFENDIDO QUANDO EU PECO?
Não. Não mais do que tu ficas 'ofendido' quando vês uma criança 'pecar' por fazer algo que não 'devia' fazer. Sentes-te 'prejudicado'? Sentes-te 'ofendido'?
NÃO...
Claro que não, nem eu. Vocês não me podem ofender de maneira nenhuma. Eu sou Tudo, e serei sempre Tudo. Não há nada que eu queira ou de que necessite, nada de que precise para ser "feliz". Não preciso que vocês façam, ou deixem de fazer, alguma coisa, não preciso que vocês sejam, ou deixem de ser, alguma coisa, não preciso que vocês tenham, ou deixem de ter, alguma coisa.Não preciso que me adorem, temam ou amem.
MAS PRECISAS QUE NÓS TE OBEDEÇAMOS, NÃO É?
Eu não preciso de nada vosso, logo, não vos peço nada, logo, não têm de obedecer a nada. Acham que eu estou cá em cima a inventar regras para vocês seguirem, planos para vocês obedecerem? Vocês é que inventam isso. Como nada me pode ofender, não tenho qualquer razão para me sentir zangado ou aborrecido. "Perdoar-vos" por algo que fizeram é desnecessário, porque nada do que fizeram me pode magoar, pelo que não há necessidade de compensação ou de "justiça". Os vossos próprios tribunais sustentam que se tem de provar que houve dano para se poder solicitar justiça. Se o tribunal considerar que não houve dano causado por outra pessoa, essa pessoa não vai ser punida à mesma! Se nem os vossos próprios tribunais humanos fariam isso, porque havia eu de fazê-lo?
ENTÃO, E SE EU FIZER REALMENTE MAL A OUTRA PESSOA? TALVEZ EU NÃO POSSA FAZER-TE MAL, MAS POSSO FAZER MAL A OUTROS SERES HUMANOS - JÁ O FIZ. É POR ISSO QUE AS PESSOAS SENTEM QUE TÊM DE SER PERDOADAS.
Sim, mas não têm de pedir que eu vos perdoe. Eu não acho que tenham procedido "mal" comigo, por isso não tenho qualquer razão para vos perdoar. Eu percebo que vocês tenham feito tudo aquilo que fizeram na vossa vida. Sei o que estavam a pensar, e por que razão o fizeram. Quando se percebe por que razão alguém procedeu de determinada maneira, mesmo que não se concorde com tal razão, é muito difícil continuar-se zangado com essa pessoa. No meu caso, nem sequer me chego a zangar. Eu percebo demasiado. Sei demasiado. Não consigo zangar-me. O meu nível de compreensão não mo permite.
CONTINUO ARREPENDIDO POR FAZER MAL A OUTRAS PESSOAS.
Então pede perdão a essas pessoas. E pede perdão a ti mesmo.
HÁ CERTAS COISAS PELAS QUAIS NÃO ME CONSIGO PERDOAR.
Queres saber como se faz isso?
SIM! DIZ-ME COMO, SIM!
Perdoa as ofensas dos outros. Perdoa aos outros as mesmas falhas, as mesmas fraquezas, os mesmos traços de carácter ofensivos, os mesmos pecados que sabes que tens e que cometes.
E ISSO RESULTA?
É a fórmula mágica. Ao curares o coração dos outros, curas o teu próprio coração.
ESTÁ BEM, TALVEZ. MAS COMO É QUE POSSO APAGAR DO TEU LIVRO AQUILO QUE FIZ DE ERRADO, PARA ESQUECER ISSO TUDO E COMEÇAR DE NOVO?
Querida Ayla, não EXISTE nenhum "livro". É isso que estou aqui a tentar dizer-vos! Eu não sou o Pai Natal no Céu, a fazer uma lista e a confirmá-la duas vezes para descobrir quem se portou bem e quem se portou mal. Não é Quem Eu Sou. Não é o que faço. A maioria dos humanos ficam surpreendidos por ouvir dizer que não existe certo nem errado. Existe simplesmente aquilo que resulta e aquilo que não resulta, de acordo com o que estão a tentar fazer.

1 comentário:

Hindy disse...

Bonito! A frase que mais me marcou deste excerto foi: "É a fórmula mágica. Ao curares o coração dos outros, curas o teu próprio coração."
Acredito! :)
Beijinhos