Desde que entrei para a escola (antes dizia-se que se ia para a escola primária, hoje é mais pomposo, diz-se 1º ciclo e brevemente mudará de novo) que adorei. Sempre adorei a escola. Desde o primeiro dia. Para mim era até um escape, era onde me encontrava com os "amigos" (vivia sozinha com os meus avós) era aí onde encontrava muita gente para brincar. Para além disso adorava aprender. Desde essa idade que detestava as férias. Desde essa idade que a profissão que queria ter era ser professora (não tinha nenhuma noção da tamanha estupidez que era esse sonho). Os anos foram passando, tornei-me adolescente e desejei ter muitas profissões (não ao mesmo tempo, claro, as minhas profissões de sonho é que iam mudando). Queria ser bióloga, hospedeira de ar, arquitecta, nutricionista, estilista,... enfim, e mais umas quantas que me apaixonavam.
A adolescência é a época de paixões.Não só por pessoas, mas por lugares, objectos, ídolos, amores platónicos,... Enfim, um turbilhão de emoções. É um período de tempo complicado, mas é quando "aprendemos" a seleccionar as nossas coisas, os nossos gostos, os nossos estilos, tudo aquilo que nos irá marcar para a vida ou pelo menos gostaríamos que assim fosse. Mas para isso é preciso ter uma certa "liberdade".
Lembro-me dos tempos da escola secundária. Gostei tanto. Foi um sofrimento quando "fui obrigada" a sair. Achava que tinha encontrado os amigos para a vida. Mal sabia que os melhores tempos estariam aí à porta. Os da Universidade. Afinal a maior parte dos "melhores amigos" do "liceu" seguiram o seu caminho e eu segui o meu. Os meus grandes amigos são os da Universidade e os que fui encontrando nos vários locais de trabalho. Aprendi tanta coisa ao longo de todos os meus anos de estudo. Mas o que mais aprendi e o mais importante não foram os professores que me ensinaram, não foram as matérias que leccionaram. Foi o que eu aprendi sozinha, acompanhada, mas fora das aulas.
Então para quê massacrar (sim, massacrar) alunos e professores com aulas de substituição? Eu acho que sei a resposta... O que é que os alunos aprendem quando têm de aturar um professor desconhecido (ou não)?
É útil estar a realizar mais uma ficha de exercícios "à pressão"?
É útil ler mais um texto e fazer o respectivo resumo?
É útil começar a ver um filme (pela enésima vez)? (os miúdos já não podem ver os filmes à frente devido a tanta aula de substituição)
Ou será mais útil os miúdos irem brincar quando têm "furo", ou até, alguns que eu já vi, por iniciativa própria, estarem a estudar para outra disciplina porque querem fazê-lo mas sem serem obrigados?
Já no ponto de vista do professor nem vou comentar...
3 comentários:
Como eu adorava ter um "feriado"!!!
Era uma alegria imensa.
Como eu te percebo!
Adorava... adorávamos todos os furos... era nesses momentos que as turmas se uniam... sobretudo pra nos escondermos do professor!!
Agora os desgraçados dos alunos são logo barrados por um funcionário para serem enfiados numa sala e receber mais uma dose de tretas...
Triste escola esta!!
Enviar um comentário